O governo do Estado não reconhece a situação de emergência no
município de Anajás, na ilha do Marajó, estabelecida pelo Decreto
Municipal n°128/ 2013, publicado no Diário Oficial da segunda-feira (18/02). A publicação ratifica e amplia o objeto de alcance
do primeiro decreto, publicado em janeiro deste ano, que já declarava
situação de emergência nas áreas do município afetadas pela malária.
Segundo o diretor do Departamento de Controle de Endemias da Secretaria
de Estado de Saúde (Sespa) Pública, Bernardo Cardoso, o número de casos
de malária em Anajás está em constante decréscimo e o cenário atual não
representa situação de emergência. “Acreditamos que o município esteja
enfrentando problemas em outras áreas que podem ocasionar a situação de
emergência que a prefeitura decretou, mas os casos de malária não são o
motivo principal”, disse.
Para que se tenha uma
ideia, segundo o diretor, este ano o município de Oeiras do Pará tem
quase do dobro de casos de malária em relação a Anajás e, mesmo assim,
não impõe situação de emergência. No mês de janeiro de 2013, Anajás
apresentou 496 casos de malária, número bastante reduzido se comparado
ao mesmo período do ano passando, quando o total de contaminados chegou a
1.842 indivíduos.
Foram instalados nas áreas
atingidas pela malária em Anajás 26 laboratórios equipados com
microscópios e medicamentos para a identificação e tratamento imediato
da doença. Além disso, cinco lanchas-laboratórios possibilitam o
atendimento nas áreas de difícil acesso e locomoção.
O município de Anajás também recebeu cinco mil mosquiteiros impregnados
com inseticida, que matam o mosquito e têm durabilidade de cinco anos.
Ano passado, foram distribuídos 60 mil mosquiteiros, e serão mais 60 mil
este ano, entre os municípios mais atingidos pela endemia, como
Itaituba, Oeiras do Pará, Curralinho, Jacareacanga, Novo Progresso,
Bagre e Afuá.
Prevenção -
“Trabalhamos no combate e tratamento, mas é a precaução que dá
sustentabilidade às ações do governo de controle da malária. O mosquito
Anopheles, transmissor da doença, atua entre 18h e 6h, por isso o
mosquiteiro é muito eficaz nesse trabalho, e conseguimos cercar o
problema por todos os lados”, afirmou o titular do Departamento de
Controle de Endemias da Sespa.
No início de 2011,
havia 183 mil casos de malária em todo o Pará, nos últimos dois anos,
houve redução de 52% nesse número, e 2012 encerrou o ano com 90 mil
casos positivos. O controle da doença em todo o Estado se deve às ações
de combate e prevenção desenvolvidas pelo governo estadual durante o ano
inteiro. Além dos laboratórios e distribuição de mosquiteiros, o Estado
investe, desde o segundo semestre do ano passado, na implantação o
sistema de georreferenciamento, que demarca as áreas atingidas pela
malária e possibilita que o combate seja feito com mais eficácia.
“Com o georreferenciamento conseguimos identificar e mapear as áreas
atingidas. Desta forma podemos traçar as estratégias para combater o
mosquito e a proliferação da doença. O governo do Estado está investindo
maciçamente nesse combate e temos colhido resultados positivos. Nenhum
Estado da federação conseguiu diminuir o índice da malária como o Pará
conseguiu”, explicou Bernardo Cardoso.
Os períodos
de janeiro a março e de outubro a dezembro são os que mais propiciam a
proliferação do mosquito transmissor da malária. A transmissão pode
ocorrer pela picada do mosquito, por transfusão de sangue contaminado,
por meio da placenta para o feto, e com seringas infectadas. Os sintomas
mais comuns são febre alta, calafrios intensos, cansaço, dor de cabeça e
no corpo. A doença pode demorar de sete a 28 dias para se manifestar a
partir do momento da picada.
Não existe vacina
contra a malária. A doença tem tratamento, mas pode levar à morte se não
for tratada em determinados casos. O tratamento padronizado pelo
Ministério da Saúde dura em média uma semana, é feito por via oral e não
deve ser interrompido para evitar o risco de recaídas.
(Agência Pará)
Postar um comentário