TRASNPORTE | Novo Terminal Hidroviário de Belém beneficiará passageiros com destino ao Marajó

Passageiros com destino ao Marajó terão mais conforto no novo terminal. Foto: Agência Pará/Cristino Martins.
 
Já começaram as obras de reforma e adequação arquitetônica do armazém 9 da Companhia Docas do Pará (CDP), onde será instalado o novo Terminal Hidroviário de Belém. Os serviços, autorizados em fevereiro, incluem a construção de uma área de 4,8 mil metros quadrados, dividida em dois pavimentos. O terminal funcionará no pavimento térreo, em um espaço de 2,4 mil metros quadrados, enquanto o atendimento de órgãos federais ficará no andar superior. A expectativa é que tudo esteja concluído até o fim deste ano.
 

EMBARQUE PARA O MARAJÓ
 
O terminal atualmente funciona no armazém 10 da CDP, mas, para a maioria dos usuários, não atende às necessidades da população que precisa desse tipo de transporte. É o caso, por exemplo, do aposentado Antônio Costa, 75 anos, que costuma sair duas vezes por mês de Belém para ir para o município de Salvaterra, no Marajó, e acaba sofrendo com as condições do espaço.

“Essa obra é algo muito importante e necessário. Na época do ano em que estamos, o movimento é até fraco perto do que acontece, por exemplo, durante o Carnaval e as férias. A quantidade de pessoas é grande e há muito empurra-empurra. E os mais prejudicados, sem dúvida, são os idosos, as crianças e as mulheres grávidas”, avalia.

O casal de turistas paulistanos Claudemir e Elza Antonioli, de 67 e 63 anos, respectivamente, acredita que a obra vai corrigir principalmente os problemas da falta de limpeza e alguns pontos de alagamento visualizados no interior do atual terminal. “Estamos conhecendo o Pará e viemos até aqui para buscar informações sobre passagens para a ilha de Marajó”, contou Claudemir.

A esposa dele, a bancária aposentada Elza Antonioli, disse que o que mais lhe chamou a atenção no terminal foi a gentileza do povo paraense. “Os funcionários foram muito atenciosos e amigáveis conosco. Eles nos acompanharam e deram informações precisas, o que é muito bom, porque nos faz sentir mais seguros. Contudo, uma coisa que achei ruim foi o guarda-volumes do terminal. Espero que o novo tenha um melhor, mais fechado, porque a maioria dos turistas, como nós, anda com malas e precisa de um local não tão exposto para guardá-las”, frisou.

AMPLIAÇÃO
 
O presidente da Companhia de Portos e Hidrovias do Pará (CPH), Abraão Benassuly, explica que a obra representa um investimento de cerca de R$ 15 milhões e está devidamente autorizada, tanto pelos órgãos ambientais quanto pelos que respondem pelo patrimônio histórico e cultural do Estado. Segundo ele, a intervenção começou pela parte externa do armazém 9, em função de lá ainda estarem instalados os escritórios dos órgãos que atuam na fiscalização do transporte hidroviário, como Polícia Federal, Receita Federal e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Segundo Benassuly, o atual terminal, que funciona no armazém 10 da CDP, tem uma área de apenas 940 metros quadrados e atende a cerca de 50 mil passageiros por mês. O novo terá 2,4 mil metros quadrados de área, um píer de cerca de 300 metros e atenderá a 70 mil passageiros por mês.

“Quando estiver pronto, o terminal do armazém 9 vai absorver todas as linhas que hoje operam no armazém 10. Nós, juntamente com a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), vamos fazer a transferência de outras linhas que operam em portos inadequados. Só na Região Metropolitana de Belém, hoje, temos 32 terminais hidroviários espalhados, muitos dos quais não têm condições adequadas de funcionamento, definidas em resolução da Antaq”, destaca.

O novo Terminal Hidroviário de Belém terá área segregada de embarque e desembarque de passageiros. O embarque, com área de 442 metros quadrados e capacidade para 400 passageiros, será dotado de aparelhos como raio-x e scanner para bagagens, além de banheiros e lanchonete.

O espaço será totalmente refrigerado e contará com dez guichês para vendas de passagens; guarda volume; farmácia; caixas eletrônicos; juizado de menores; banheiros masculino, feminino e para portadores de necessidades; duas lanchonetes; revistaria; Centro de Apoio ao Turista (CAT); Delegacia de Imigração (Delemig); Anvisa; Receita Federal; cooperativa de taxis; polícia, entre outras. “Nosso contrato prevê que a obra seja concluída em doze meses, mas vamos trabalhar com afinco para que tudo esteja finalizado até o fim do ano”, antecipa.

Incluindo os valores gastos no Terminal Hidroviário de Belém – o primeiro do país instalado em uma área federalizada – o governo do Estado vai investir cerca de R$ 130 milhões, até 2015, na reforma, adequação e construção de novos terminais hidroviários.

OUTROS TERMINAIS

Nas próximas semanas, a CPH deverá entregar à população os terminais de Barcarena, Porto de Moz e São Sebastião da Boa Vista. Além disso, já estão em andamento os projetos de reforma e adequação de seis terminais em municípios da região do Marajó e de construção de oito novos terminais em municípios da margem esquerda do rio Amazonas; além da plataforma logística em Inhangapi, na região de integração do rio Guamá.

(Agência Pará)

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