MARAJÓ | Comunidades extrativistas terão acesso à água potável


A Amazônia é conhecida pela abundante disponibilidade hídrica. No entanto, a água adequada para consumo ainda é inacessível aos habitantes da região. Com o objetivo de mudar a realidade, comunidades isoladas em reservas extrativistas de 14 municípios em quatro estados serão beneficiadas com tecnologias de acesso à água para consumo. A iniciativa faz parte do projeto Sanear Amazônia. As informações são do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). 


Carauari, Juruá e Uarini, no Amazonas; Assis Brasil, Brasiléia, Rio Branco e Xapuri, no Acre; Oeiras do Pará, Breves, Soure, Curralinho e São Sebastião da Boa Vista, no Pará; e Laranjal do Jari e Mazargão, no Amapá, serão contempladas pela iniciativa. O projeto tem a meta de atender 2,8 mil famílias em oito reservas extrativistas da Região Norte ao custo R$ 35 milhões.

A analista de Políticas de Inclusão Produtiva do MDS, Karla Oliveira, explica que na Amazônia a população rural sofre com a carência de água de qualidade, doenças e verminoses, devido à ausência de saneamento básico. “O Sanear Amazônia representa uma das oportunidades de garantir água com qualidade para consumo humano e saneamento básico para comunidades extrativistas da região”, diz.

O pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Sérgio Bringel, aprova a iniciativa. “A questão do saneamento básico na Amazônia é séria. Em algumas comunidades, os moradores precisam buscar água potável em locais distantes. Às vezes, eles dispõe de água de poços ou cacimbas, mas nem sempre dominam os processos de decantação que garantem a pureza do líquido”, opina.

Como é o projeto?


O projeto prevê a implantação de tecnologias de sistemas de captação e armazenamento em cisternas de águas pluviais de consumo autônomo e consumo comunitário. No sistema autônomo, cada família poderá captar, armazenar e filtrar até seis mil litros de água da chuva. Já no comunitário, além das unidades domiciliares, também será instalado um módulo complementar de abastecimento com uma rede de distribuição, sendo acionado somente quando esgotar as reservas domiciliares.

A Associação dos Produtores Rurais de Carauari (Asproc) é a primeira entidade a iniciar a implantação. Pelo projeto, serão instaladas 670 tecnologias em reservas extrativistas das regiões do Médio e Baixo Rio Juruá.

A entidade iniciou o processo de mobilização, seleção e cadastro das famílias em situação de extrema pobreza que não têm acesso adequado à fonte de água potável e que estejam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2008, Curralinho era o município com menor número de economias e domicílios abastecidos por água, possuindo 320 unidades. A população estimada de cidade hoje é de 31.591 habitantes. O segundo município com menor número de acesso ao fornecimento de água é Juruá, com 920 unidades. Seguido de São Sebastião da Boa Vista, com 1.086 unidades.

O próximo passo é a capacitação das famílias e das comunidades envolvidas sobre a gestão da água e saúde ambiental. Os pedreiros selecionados nas próprias comunidades também serão treinados. Após isso, começa o processo de construção das tecnologias.

(Portal Amazônia/MDS)

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