Hoje (05/06) comemora-se o Dia
Mundial do Meio Ambiente. Essa data foi instituída em 1972, pela Organização
das Nações Unidas (ONU), durante Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente Humano, em Estocolmo. E, tem como objetivo principal chamar a atenção
de todas as esferas da população para os problemas ambientais e para a
importância da preservação dos recursos naturais, que até então eram
considerados, por muitos, inesgotáveis.
Nessa Conferência, que ficou conhecida como Conferência de Estocolmo,
iniciou-se uma mudança no modo de ver e tratar as questões ambientais ao redor
do mundo, além de serem estabelecidos princípios para orientar a política
ambiental em todo o planeta. Apesar do grande avanço que a Conferência
representou, não podemos afirmar, no entanto, que todos os problemas foram
resolvidos a partir daí.
“A proteção e o melhoramento do meio ambiente humano é uma questão
fundamental que afeta o bem-estar dos povos e o desenvolvimento econômico do
mundo inteiro, um desejo urgente dos povos de todo o mundo e um dever de todos
os governos.” (Declaração de Estocolmo sobre o ambiente humano - 1972)
Atualmente
existe uma grande preocupação em torno do meio ambiente e dos impactos
negativos da ação do homem sobre ele. A destruição constante de
habitat e a poluição de grandes áreas, por exemplo, são alguns dos pontos que
exercem maior influência na sobrevivência de diversas espécies.
Tendo em vista o acentuado crescimento dos problemas ambientais, muitos
pontos merecem ser revistos tanto pelos governantes quanto pela população para
que os impactos sejam diminuídos. Se nada for feito, o consumo exagerado dos
recursos e a perda constante de biodiversidade poderão alterar
consideravelmente o modo como vivemos atualmente, comprometendo, inclusive,
nossa sobrevivência.
O MEIO AMBIENTE NO ARQUIPÉLAGO DO
MARAJÓ
A ilha do Marajó está localizada na foz do rio Amazonas, no arquipélago do
Marajó e com uma área de aproximadamente 40.100 km², abriga 16 municípios
paraenses, possuindo um dos piores índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do
país.
Na área de abrangência da Mesorregião do Marajó temos um a Unidade de
Conservação Estadual, a APA do
Arquipélago do Marajó – Área de Proteção Ambiental instituída pela
Constituição Estadual, art. 13, § 2º
“O arquipélago do Marajó é considerado
área de proteção ambiental do Pará, devendo o Estado levar em consideração a
vocação econômica da região, ao tomar decisões com vistas ao seu
desenvolvimento melhoria das condições de vida da gente marajoara”
E, outras cinco Unidades de Conservação Federal, a saber:
- Floresta Nacional (FLONA) de Caxiuanã
Área:
317.946,37 hectares
Diploma Legal
de Criação: Dec nº 239 de 28 de novembro de 1961
Municípios: Melgaço e Portel
- Reserva de Desenvolvimento
Sustentável (RDS) Itapuã-Baquiá
Área:
64.441,29 hectares
Diploma Legal
de Criação: Dec s/nº de 14 de junho de 2005
Município: Gurupá
- Reserva Extrativista (RESEX) Gurupá-Melgaço
Área:
145.572,11 hectares
Diploma Legal
de Criação: Dec s/nº de 30 de novembro de 2006
Município: Gurupá e Melgaço
- Reserva Extrativista (RESEX) Mapuá
Área:
93.746,34 hectares
Diploma Legal
de Criação: Dec s/nº de 20 de maio de 2005
Município: Breves
- Reserva Extrativista (RESEX) Terra
Grande Pracuúba
Área:
194.867,63 hectares
Diploma Legal
de Criação: Dec s/nº, de 05 de junho de 2006
Município: São Sebastião da Boa Vista e Curralinho
PROBLEMAS E DEMANDAS AMBIENTAIS DO MARAJÓ
As carências da ilha do Marajó, no Pará, são secularmente conhecidas, bem
como a incapacidade de governos em resolver a situação de pobreza e abandono
que a população local enfrenta. Propagado por alguns setores com a tábua da
salvação para o povo marajoara, a chegada dos plantadores de arroz à região é
visto por outros como um sonho que pode se transformar em pesadelo.
Rizicultura
Ainda restritos à região dos municípios de Cachoeira do Arari e Santa Cruz
do Arari, os rizicultores, também chamados de arrozeiros, são oriundos da
polêmica Reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, de onde foram retirados por
conta de estarem ocupando terras indígenas.
Apesar de propalado pelos rizicultores, bem como por entidades ruralistas
como uma atividade que gerará empregos e renda para a população, há o receio
das comunidades locais e de ambientalistas, que ocorra degradação do meio
ambiente e de risco da saúde dos moradores por conta do uso de agrotóxicos - ou
defensivos agrícolas, como chamam os apoiadores dos empreendimentos.
A legislação ambiental deve ser respeitada, para que a biodiversidade e as
comunidades na área de influência do cultivo não sofram efeitos colaterais da
rizicultura.
Zoneamento Ecológico-Econômico do
Arquipélago do Marajó
Instrumento fundamental para o planejamento das ações públicas e privadas no
território paraense, o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) ainda não chegou ao
Arquipélago do Marajó. O ZEE é um estudo técnico detalhado de uma região para
nortear e subsidiar a formulação de políticas públicas e, promoção da gestão
dos recursos naturais com sustentabilidade. É um instrumento de orientação ao
planejamento, à gestão e ordenamento territorial para o desenvolvimento
sustentável, à melhoria das condições socioeconômicas das populações locais e à
manutenção e recuperação dos serviços ambientais dos ecossistemas naturais de
uma região.
O Arquipélago do Marajó ainda não faz parte do Zoneamento Ecológico-Econômico
(ZEE) do Estado do Pará.
O ZEE do Arquipélago do Marajó esteja previsto no capítulo 5 – ESTRATÉGIAS
DE IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO, item 5.1 – ORDENAMENTO TERRITORIAL, REGULARIZAÇÃO
FUNDIÁRIA E GESTÃO AMBIENTAL, do PLANO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL SUSTENTÁVEL DO ARQUIPÉLAGO
DO MARAJÓ.
O Zoneamento Ecológico-Econômico na mesorregião do Marajó na escala adequada
ao planejamento territorial é uma das ações prioritárias do Plano e, está
prevista em dois Programas/Ação:
- Zoneamento Ecológico Econômico, sob responsabilidade da ADA - Agência de
Desenvolvimento da Amazônia e MMA - Ministério do Meio Ambiente;
- Apoio ao ZEE da Mesorregião do Marajó, sob responsabilidade do MMA.
Reserva da Biosfera do Arquipélago do
Marajó
O bioma do maior arquipélago fluviomarítimo da Terra, localizado no
delta-estuário do Amazonas, entre os estados do Amapá e Pará, no enlace da
Amazônia azul com a Amazônia verde do Brasil, é rico em biodiversidade e
milenar diversidade cultural, ora em sério perigo e, em contraste com a pobreza
da sua gente.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) por meio da Coordenadoria de
Ecossistemas, integrou, numa primeira etapa, doze municípios do arquipélago do
Marajó ao programa de Criação e Gestão de Unidades de Conservação da Natureza
sob a responsabilidade da Diretoria de Áreas Protegidas (DIAP).
A criação da Reserva da Biosfera do Marajó (RB Marajó) é uma proposta de
instituições governamentais, e antiga reivindicação dos movimentos sociais
regionais. A reserva está prevista na Lei 9.985, de 18 de julho de 2000 do
Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e, no Art. 41 do Decreto N°
4.340, de 22 de agosto de 2002
A futura unidade é um modelo de gestão integrada, participativa e
sustentável dos recursos naturais constituída por ecossistemas terrestres e
marinhos, reconhecida pelo programa "Man and the Biosphere" (MaB) da
Organização das Nações Unidades para Educação, Ciência e a Cultura (UNESCO), de
importância mundial para a conservação da biodiversidade e desenvolvimento
sustentável e deve servir de áreas prioritárias à experimentação e demonstração
dessas práticas em defesa do homem e do meio ambiente.
O Programa Homem e Biosfera (MaB) é uma cooperação científica internacional que busca estudar mecanismos de convivência equilibrada em situações bioclimáticas e geográficas da biosfera, investigar e compreender as repercussões das ações humanas sobre os ecossistemas mais representativos do planeta.
O Programa Homem e Biosfera (MaB) é uma cooperação científica internacional que busca estudar mecanismos de convivência equilibrada em situações bioclimáticas e geográficas da biosfera, investigar e compreender as repercussões das ações humanas sobre os ecossistemas mais representativos do planeta.
A implementação das Reservas da Biosfera no planeta é o principal
instrumento do programa (MaB), organizado numa rede mundial de áreas voltadas à
Pesquisa Cooperativa, à Conservação do Patrimônio Natural e Cultural e à
Promoção do Desenvolvimento Sustentável.
Foi durante reunião preparatória para a I Conferência Estadual e Nacional de
Meio Ambiente, ocorrida na cidade de Muaná a 8 de outubro de 2003, a sociedade
civil pediu providências para criação da Reserva da Biosfera do Marajó pelo
Programa “O Homem e a Biosfera” (na sigla em inglês MaB) da
UNESCO.
E até hoje, assim como a APA do Arquipélago do Marajó resta apenas no papel,
a candidatura da Reserva da Biosfera ainda não chegou à Comissão Brasileira do
MaB (COBRAMAB), em Brasília.
Urge apresentarmos e apoiarmos a candidatura, do Pará, para a criação da
Reserva da Biosfera do Marajó como parte do Programa Homem e Biosfera (MAB) da
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
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