O Ibama apreendeu seis balsas carregadas com dois mil m³ de toras (o
equivalente a 80 caminhões cheios), quatro rebocadores e dois tratores
com pás-carregadeiras, esta semana, durante a Operação Onda Verde, em
Anapu, no oeste do Pará. Avaliados em cerca de R$ 10 milhões, o
maquinário e as embarcações faziam parte de um esquema armado para
explorar madeira nas florestas de preservação permanente nas margens do
rio Pacajá e esquentar o produto com documentos de um plano de manejo em
Baião.
O empreendimento, segundo o Ibama, já emitiu Guias Florestais de
venda para mais de 11 mil m³ de madeira amazônica. O instituto já
bloqueou o empreendimento no Sisflora, o sistema eletrônico estadual que
controla a compra e venda de produtos florestais no Pará, impedindo seu
acesso ao mercado. Os donos das balsas apreendidas foram autuados em
cerca de R$ 600 mil. As autuações para o plano de manejo podem chegar a
R$1,5 milhão, dependendo da análise final do projeto, incluindo entre os
autuados o engenheiro florestal encarregado pelo empreendimento. Todos
os envolvidos ainda responderão civil e criminalmente pelos danos
causados ao meio ambiente.
Plano falso
As balsas foram flagradas pelo Ibama quando subiam o rio Pacajá e
seus afluentes, Mandaguari e Aruanã, na altura de Portel. Apenas duas
embarcações estavam com as Guias Florestais da carga, emitidas pelo
plano de manejo, localizado a 210 km do local da apreensão.
A coordenadora da Onda Verde em Anapu, a analista ambiental Silvana
Cardins, suspeitou das guias e confirmou a fraude ao vistoriar o
empreendimento. "O plano funcionava numa fazenda e estava abandonado,
com os ramais de arrasto já fechados pela vegetação e os pátios de
estocagem vazios. A floresta já não era explorada há pelo menos um ano. A
madeira, portanto, não saiu de lá, mas de extrações ilegais ao longo do
trajeto da balsa pelo rio", diz ela.
Onda contra desmates
A Operação Onda Verde atua em regiões líderes nos índices de
desmatamento ilegal na Amazônia Legal. No Pará, três helicópteros e
cerca de 100 homens combatem a destruição ilegal da floresta amazônica
em frentes montadas em Uruará, Anapu e Novo Progresso, no oeste do
estado. Pela primeira vez, uma operação do Ibama foi idealizada para
permanecer todo o ano em campo na Amazônia, nos períodos das chuvas e da
seca. Participam das ações o Batalhão de Polícia Ambiental do Pará, o
Ministério do Trabalho e Emprego e a Força Nacional. A Onda Verde
acontece também no Mato Grosso, Amazonas e em Rondônia.
(IBAMA/PA - Ascom)
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