#MARAJÓ | O que temos para comemorar no último ano de mandatos?


Sumano@s do Marajó,

Estamos chegando ao último ano de mandato no Governo Federal, no Governo Estadual, de Senador da República, de Deputados Federais e Estaduais que foram eleitos, também, pelo voto de mais de 389.000 eleitores marajoaras, aproximadamente 6% do eleitorado paraense. Também, estamos vivenciando o segundo ano de mandato de Prefeitos e Vereadores, nos 16 municípios que compõem a Mesorregião do Marajó. Todos, independente do cargo eletivo que ocupam, vieram até nós e apresentaram suas plataformas de trabalho para ajudar a desenvolver a nossa região, prometendo atuarem como porta-vozes de nossos anseios quando eleitos. E, em alguns casos, iriam nos representar e/ou no mínimo encaminharem nossas demandas regionais e locais para as instâncias superiores e/ou esferas de decisão.

Mas, o que temos visto e recebido até o momento não condiz com aquele belo discurso, recheado de promessas e, de muita boa vontade em relação aos nossos anseios e demandas. Muitos discursos foram construídos ou baseados em dados oficiais ou em evidências tomadas em suas campanhas, in loco, sobre a realidade de abandono e involução em que se encontra há anos a Mesorregião do Marajó, decorrentes principalmente da indiferença e insensibilidade de sucessivos governos. Governos estes, que ainda não foram capazes de estabelecer os alicerces necessários para o desenvolvimento social e econômico dos municípios marajoaras (Infraestrutura, Educação, Saúde, Transporte, Geração de Emprego e Renda, etc.).

O que temos visto ultimamente são projetos e programas, paliativos e superficiais em sua maioria, de baixo impacto para a resolução dos problemas estruturais, que se avolumam com o passar dos anos em nossa região. Vale ressaltar alguns casos, exitosos, como o Linhão do Marajó que tem sido o mais visível dos projetos de melhoria da infraestrutura e, que visa o estabelecimento de energia firme nos municípios marajoaras e, que em muito contribui para o desenvolvimento do setor produtivo nessas municipalidades. Mas, ainda não chegou em todos 16 municípios. No entanto, ainda estamos carentes em investimentos em infraestrutura que propiciem alavancar outros setores produtivos de nossa economia, precisamos de agências bancárias e de órgãos públicos para atenderem a crescente demanda por serviços bancários e públicos em nossa região. Precisamos de melhoria na infraestrutura portuária e principalmente nas embarcações que realizam o transporte de cargas e passageiros em nossa região, de aeródromos públicos, de saneamento básico e abastecimento de água potável na zona urbana dos municípios, de mais hospitais públicos e postos de saúde para o atendimento básico e especializado na saúde, dentre outros. Na área da educação, precisamos de mais escolas de ensino médio na zona urbana e, principalmente na zona rural dos municípios, com a ampliação da oferta de vagas no ensino técnico-profissionalizante e, no ensino superior em instituições públicas de ensino.

Toda essa realidade que vivenciamos e, todo esse descaso com os nossos anseios e demandas locais e regionais, nos leva a crer que estamos sem representatividade nas instâncias de poder, sem representantes legais efetivamente comprometidos com o povo marajoara, que acreditou em suas promessas e, depositou seu voto de confiança, ajudando-os a se elegerem para aquele cargo eletivo. As instituições com atuação política em nossa região, há muito, carecem de corpo técnico qualificado, de iniciativas e de mecanismos de prospecção da realidade e dos problemas que afligem os dezesseis municípios do Arquipélago do Marajó. Dessa forma, não tem conseguido propor ações eficazes e impactantes, capazes de reverter o processo de involução que vivenciamos. E, quando conseguem realizar ações e/ou iniciativas, são excludentes, pautadas em discussões restritas ao âmbito institucional, sem a devida participação popular. Em outras palavras, sem embasamento e em desacordo com os anseios da nossa gente marajoara.

O tecido social marajoara, infelizmente, ainda vive sob um grau incipiente de organização social. Ainda não conseguimos compreender que somos um povo tradicional, com ancestralidade marcante, que vivemos em uma região de geografia peculiar e, que temos os mesmos direitos que qualquer cidadão brasileiro de sermos atendidos em nossos anseios e demandas. Ora, se nos compararmos a outras regiões deste país e, até mesmo deste estado, veremos que ainda não fomos capazes de sermos protagonistas na construção de uma sociedade marajoara, em todos os sentidos. Ainda vivemos e agimos de forma isolada, na luta por melhorias para a região. Temos ainda o limite municipal, como a região geográfica mais importante para o planejamento de ações e, de políticas públicas. E, há muito tempo não tomamos a Mesorregião do Marajó, como espaço para pensarmos o desenvolvimento regional. Temos nos limitado a ações e políticas públicas a nível municipal, algumas vezes são ações e políticas públicas isoladas e não sintonizadas ao desenvolvimento regional e até mesmo à microrregião em que está inserido o município. Em alguns casos, não levamos em consideração as nossas vocações regionais e intra-regionais na elaboração de projetos e programas governamentais e/ou institucionais. E, isso tem acarretado e tem sido a causa para inúmeros insucessos e fracassos de projetos e programas voltados para o desenvolvimento regional. Nesse contexto, ganha importância e faz-se necessário o fortalecimento do nosso tecido social marajoara, com união e convergência de esforços e iniciativas, para que possamos participar ativamente de todas as etapas do processo de construção do desenvolvimento local e regional sustentável nos dezesseis municípios marajoaras e, consequentemente na Mesorregião do Marajó.

Nós Marajoaras, enquanto povo, já não podemos mais esperar apenas pela tomada de decisão de quem tem o dever e a obrigação de nos representar e, atender nossos anseios e demandas!!! Temos que nos reconhecer como povo tradicional, reconhecendo nossa condição ribeirinha, que vive imersa no maior Arquipélago Flúvio-Marinho do Mundo, que tem suas potencialidades, fraquezas, limitações e, principalmente muitas mazelas sociais que ainda afligem o nosso Povo. 

Apesar de vivermos muito próximo ao centro de decisão política deste Estado, de termos representantes legais eleitos, com o nosso voto, ainda somos excluídos do atual modelo de desenvolvimento!!! Até quando seremos lembrados, apenas em época de eleição?

Temos que nesta eleição deixarmos a vergonhosa condição de curral eleitoral!!!
Acreditem, um outro Marajó é possível!!!

Só depende de nós, de nossa união e da escolha de quem nos representará nos próximos quatro anos!!!

Forte Abraço & Saudações Marajoaras!!!


Movimento Marajó Forte (MMF)

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